O que alimenta sua criatividade?

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outubro 29, 2015
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2 min read

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Há algumas semanas estive refletindo sobre como é impressionante o fato de existirem diversos tipos de profissionais acompanhando meu trabalho como produtor de conteúdo de design.

Até pouco tempo atrás me impressionava o fato de ter leitores especialistas em marketing, por exemplo. Apesar de eu não produzir nada intencionalmente voltado para marketing, existe de fato algum tipo de relação – ou relacionamento entre a área e o design. Mas e se eu disser que existem enfermeiros, advogados e matemáticos lendo meu blog, você acredita?

Esta semana a mãe de um jovem inscrito no meu canal fez questão de deixar um depoimento elogiando meu trabalho. O curioso é que a mãe não é designer e o jovem inscrito, ainda adolescente, sequer sabe a profissão que irá seguir.

Foi então que, durante uma conversa com minha esposa, levantei essa reflexão e ela me deu uma resposta bem simples: “Por que essa reflexão toda se você mesmo outro dia ficou horas assistindo vídeos de um marceneiro? Você por acaso é marceneiro?”

Quando pensamos em nos tornar mais criativos normalmente nos limitamos em buscar referências dentro da nossa própria área de atuação. A conclusão óbvia é que, na verdade, nosso “eu profissional” é uma soma de tudo que absorvemos, inclusive de outras profissões.

Conhecimento é como uma herança genética. São códigos que se misturam, se multiplicam e formam tudo que você é. Todos somos plurais, não singulares.

Claro que não sou um marceneiro, mas isso também não significa que eu não possa aplicar pelo menos um pouco do que aprendi sobre isso no meu dia a dia como designer ou mesmo como pessoa. Quanto mais você observa, estuda e analisa, mais criativo se torna independentemente da sua área de atuação.

É exatamente isso que acontece com os leitores e inscritos no meu canal que não são designers. Eles não precisam ser, precisam apenas absorver e transformar essa informação em algo útil para suas vidas.

Por isso, quando sentir que a inspiração se foi fique tranquilo. Tente se desligar um pouco do design e busque aquela pitada de marceneiro, músico ou o cientista que existe em você. “Eles” certamente ajudarão a estimular sua criatividade.

Um abraço e até a próxima.

Curiosidade

Os vídeos que assisti durante horas e continuo acompanhando até hoje são do canal I Like to Make Stuff, do Bob Clagett. Neste canal você encontrará vários vídeos no estilo DIY (do it yourself).

Crédito

Imagem da capa: (Shutterstock) Laptop in a working table with DIY and construction tools

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Tagged: Criatividade · Design · Profissão
Comments
Belo texto, Waltinho! Acho que é daí que surge a criatividade. Se ficarmos lendo somente livros técnicos relacionados a nossa área, vamos chegar sempre nos mesmos resultados. Temos que olhar pra fora, buscar a inspiração em outro lugar, assim a gente consegue mudar a nossa ótica.
P.S: me inscrevi no canal do marceneiro!
Abraço!
Fala, meu amigo!
Não sei se chegou a ver mas o Brisola indicou um livro que parece ser bem bacana sobre o assunto. Dá uma olhada no resumo (vídeo): https://www.youtube.com/watch?v=g6tgH2dWx5c
O canal do cara é muito interessante mesmo. Não sei porque, mas mesmo não entendendo nada do assunto sinto que aprendo muito assistindo seus vídeos. Mas é claro, ele é apenas um entre várias outras referências das quais ainda espero falar um dia.
Abração e valeu pela visita. Tava faltando você por aqui.
Álvaro Rodrigues
kkkk. Cara a ela foi muito simples e muito perspicaz, imagino eu que ela estava bem tranquila enquanto você procurava arduamente pela resposta. Achei isso muito interessante, considerando que o conteúdo do artigo foi ótimo e muito valioso, isso me fez pensar bastante sobre o ponto de vista de outros observadores a meu respeito.
Valeu pelo feedback, Álvaro. Realmente, muitas vezes a resposta está no nosso nariz e demoramos a enxergar.
Um abraço.
Walter, teu texto faz muito sentido. O surgimento de boas idéias, não é algo que fluí dentro de um “habitat” fechado sem influencia de outros ambientes. O que eu quero dizer é que as boas idéias são conexões de pontos em ambientes propícios a isso.
Quando adolescente eu sismei em aprender a tocar guitarra, achando que um dia seria um grande mestre no instrumento, porem não foi isso que aconteceu (mas evolui bastante meus conhecimentos musicais), vendo que eu tinha uma habilidade mais espontânea e desenvolvida em desenhar (pois desde criança fui incentivado no mundo das artes) parti para área de design gráfico. Quando me tornei freellancer após de sair de um emprego em uma gráfica, meus primeiros clientes foram bandas que tentavam transpor sua musica em elementos gráficos, e vendo que eu tinha boas idéias (pois entendia o que os músicos queriam em seus logos, capas de discos, e etc p.) tive muito sucesso nessas primeiras empreitadas, tudo graças a conexões de pontos que habilidades distintas me possibilitou.
Curiosamente, quando adolescente, fiz um curso de mecânica de usinagem no SENAI, e tenho planos de aplicar essas habilidades em um projeto futuro a habilidade que aprendi lá junto com o que desenvolvi agora: design + criação de produtos através de processos de usinagem e marcenaria, e a tua sugestão do canal ” I like to make stuff” no hangout do Confred abriu vários “insigth’s” para esse projeto (vamos ver no que vai dar).
Tenho uma sugestão de livro pra ti Walter, eu estou lendo e tenho certeza que tu vai curtir muito, pois tem tudo a ver com teu texto: http://www.saraiva.com.br/de-onde-vem-as-boas-ideias-4590377.html
Segue vídeo resumido do livro:
https://www.youtube.com/watch?v=g6tgH2dWx5c
Parabéns pelo texto. Abraços
E aí meu caro Brisola, tudo bom? Rapaz, terminei de assistir ao vídeo e tive que vir aqui deixar minha resposta. Excelente!
Faz todo sentido, realmente. Tem uma parte específica do vídeo que lembra muito o que escrevi. É certo que vou comprar e ler o livro.
Um abraço e valeu mesmo por compartilhar suas experiências e indicar essa fonte de estudo.
PS: também curto muito música, guitarra, violão, etc. Se quiser trocar referências nesse sentido é só falar! (rs)
Legal Walter, ser entusiasta a músico além de garantir horas divertidas ajuda a aprimorar nosso conhecimento (e perturbar vizinhos e afins, kkk).
Sobre o livro, só vai reforçar tuas inclinações de produtor de conteúdo, pois compartilhar conhecimento é a melhor maneira de ajudar o mundo a evoluir.
Grande abraço.
Com certeza. Penso muito em escrever sobre inovação, já tem um tempo. Com certeza esse livro vai ajudar bastante nesse sentido.
Abraço e obrigado novamente.
Olá Walter, adoro a forma como você escreve!
Esse artigo foi ótimo para mostrar que nem sempre nossas referências estão em lugares óbvios, isso é muito válido para todos e mais ainda para quem trabalha com criatividade.
Um exemplo próprio: comentei em um grupo de moda que não basta olhar pra dentro da moda apenas, tem que olhar pro dia-a-dia, outras atividades, outros lugares, uma exposição, uma música, ai sim será um trabalho diferenciado, com outro olhar sobre a moda. Teve gente que não concordou, nem discordou, mas ai, não posso fazer nada né? O recado está dado.
Sucesso!
Abraço :)
Oi Isis, tudo bom?
Muito obrigado. Realmente sua dica faz todo sentido, pena que as pessoas não absorveram – ou, quem sabe, absorverão depois sem se darem conta.
Um abraço!
Michael Bastos
Não é sempre que deixo comentários, mas estou de olho em vocês a todo momento. Estou de olho em você, Walter, e em toda galera que conheci no Cofred 2015. Eu assinei a parte vip e estou muito satisfeito com o investimento, sempre que posso dou uma recapitulada em tudo.
Parabéns por essa comunidade que cresce cada vez mais, me sinto feliz por fazer parte dela, por ter conhecido você, o Henrique Pochmann, o Guilherme Dantas, enfim, essa galera que está fazendo um trabalho fantástico, abrindo os seus próprios horizontes e o de muita gente também.
Curti o comentário do Brisola, vou comprar o livro também e faço das palavras dele as minhas: “compartilhar conhecimento é a melhor maneira de ajudar o mundo a evoluir”. E eu vou continuar insistindo na minha fala, “vocês estão fazendo um design/mundo melhor”, e quanto mais gente inserida neste contexto melhor. Já me sinto de casa, parabéns!
Muito obrigado, Michel! Legal que tenha se sentido motivado a expressar sua opinião por aqui. Já passei seu feedback para o Henrique e o Guilherme, e tenha certeza que ficamos todos muito felizes com isso.
Pode se sentir em casa!
Um abraço.
Walter, concordo muito com você e já pensei muito nisso tudo que você comentou.
Por exemplo, as minhas fontes de inspiração ultimamente tem sido o canal do Casey Neistat. Olha, ele não tem nada a ver com design ou publicidade (áreas que atuo) mas seu conteúdo é extremamente criativo e relevante para mim.
Bela reflexão.
Legal, Victor! Eu sei quem é o Casey mas nunca parei para assistir com calma. Descobri o trabalho dele através do canal Video Creators, do Tim Schmoyer (outra referência para mim) – https://www.youtube.com/user/VideoCreatorsTV
Abração e valeu pela referência.
Claudiano
Fantástico, Walter!
A inspiração vem para quem tem repertório. Um testemunho pessoal: Há uns dois anos, me chamaram para escrever um curso básico sobre fotografia com celular. Eu não pude falar sobre composição sem pensar em cinema e, ainda que não tenha dado nenhum exemplo cinematográfico, tirei a maior parte das minha ideias de fotogramas clássicos. Num só projeto, escrevi sobre tecnologia e arte num curso foi voltado para leitores que só conheciam o botão de disparo.
Continuo te seguindo!
Abs.
Repertório é tudo. Legal ver você por aqui, amigo.
Obrigado por enriquecer o post com suas experiências que, por sinal, são muito interessantes.
Um abraço.
Cara, belo texto.
o I Like to Make Stuff sempre me dá uma dose de criatividade absurda, além de artesão e marceneiro competente ele manda muito na produção de vídeo.
parabéns pelo blog, muito legal o trabalho que você faz por aqui
Mais legal ainda é saber que você já conhecia o canal do Bob. Conheci não tem muito tempo e já se tornou uma inspiração logo de primeira. Um abraço e valeu pelas palavras, Vinícius.
Hugo Torquetti
Olá Walter.
Adorei a reflexão e concordo com você quando diz que nossa criatividade é a soma disso tudo que absorvemos. Eu sou formando em adm mas trabalho com marketing e sou um entusiasta de design por assim dizer, e também conheci o canal do Bob hà pouco tempo. Outro dia fiquei quase o dia todo vendo os vídeos dele. A vontade que dá é de comprar umas ferramentas e tentar fazer igual ele pra ver se sai alguma coisa hahaha.
Tanto os vídeos dele, quanto os seus e de mais uma série de canais que assisto me ajudam a ser mais criativo e me desenvolver na minha área. Alguns dias atrás cheguei a ir conferir uma amostra de design que estava exposta em um shopping de uma cidade aqui perto de onde moro. Nunca imaginei que ia sair de lá com transformado como saí depois de ter visto tantas idéias interessantes reunidas em um mesmo espaço.
Parabéns por seu trabalho. Foi um dos primeiros que comecei a acompanhar e que me inspirou a buscar mais. Mesmo não sendo designer estarei sempre aqui te acompanhando hahaha.
Grande Abraço.
Muito legal, Hugo! Podemos nos considerar entusiastas juntos então. Os entusiastas de tudo.
Muito legal sua história. Achei curioso saber que alguns leitores já conheciam o canal do Bob. Engraçado isso.
Valeu por trazer um pouquinho da sua experiência.
Um abraço.
Boa noite, Walter.
Tenho uma sugestão para você: Conheça o trabalho do André Pilli, os vídeos do canal dele, por exemplo, me proporcionam uma criatividade absurda. Vale a pena considerar, que você pode não gostar de seu conteúdo, cada um tem um gosto, porém, acredito que irá curtir.
Abaixo, segue um link para um de meus preferidos vídeos do André Pilli:
http://www.youtube.com/watch?v=gvRMEZp9–Q
Excelente post, bom trabalho cara. Até breve.
Lay Moreno
Mais um aprendizado com o grande mestre Walter Mattos, que agora considero como meu tio.
Obrigado pelo interesse de ensino.
Estudo design de Marca aproximadamente 4 anos, sem fazer um curso na área de publicidade, tem sido muito especial para mim os teus feedbacks, os teus agrados pelo ensino, estou sem palavras para lhe agradecer.
Vi seu comentário apenas agora, meu caro. Muito obrigado pela força de sempre. Grande abraço!

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