O que é e para que serve um manual de identidade de marca?

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Vira e mexe um cliente ou outro me pergunta se precisa de um manual de identidade de marca. É uma pergunta difícil, pois só quem pode dar essa resposta é ninguém menos que o próprio cliente. O problema é que muitos clientes não sabem do que se trata um manual de identidade visual.

Não acho que seja um item obrigatório para todos. Parto do princípio de que muitos clientes não possuem uma estrutura para gerenciar a utilização de um manual. Uma empresa que aplica sua marca apenas em um site e um cartão de visitas, por exemplo, não precisa de um manual complexo. Bastam algumas folhas com algumas diretrizes.

Já uma empresa que possua diversos materiais, como site, cartão de visitas, uniforme,  papel timbrado, etc., precisa de um manual de identidade de marca, ou identidade visual. Somente assim a empresa conseguirá preservar suas características visuais em todas as aplicações.

Mas afinal, o que é um manual de identidade de marca?

É um manual com normas técnicas, recomendações e especificações para a utilização da identidade de uma determinada marca.

Ok, mas para que serve um manual de identidade de marca?

Para facilitar a memorização e reconhecimento de uma determinada marca ao preservar suas propriedades visuais em todas suas manifestações.

O que consta em um manual de identidade de marca?

Não existe uma regra universal. Cada empresa cria um manual de acordo com suas próprias exigências. Alguns manuais podem possuir 4 páginas, outros 100.

É comum vermos os seguintes itens:

INTRODUÇÃO

Pode ser um resumo da empresa, uma visão estratégica, uma apresentação da marca, enfim. Cada empresa decide como prefere fazer a introdução do seu manual.

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O Governo Federal do Brasil decidiu abrir o manual valorizando a atualização de sua marca, feita pela última vez em 2011.

Veja os manuais da marca Brasil 
VERSÕES FORMAIS DA ASSINATURA

É importante prever o comportamento da marca para diferentes espaços disponíveis. Normalmente a assinatura possui no mínimo dois formatos, chamados de horizontal e vertical. Ainda há casos onde há outras versões disponíveis.

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A empresa Brasil Telecom explora dois formatos e demonstra seus grides de construção.

Veja o manual de marca da Brasil Telecom 
CORES DA ASSINATURA

É essencial prever o número de cores que uma marca pode assinar, seja por questões de economia ou por limitações técnicas de algumas superfícies.

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A Adobe prevê versões em policromia e monocromia.

Veja o manual de marca da Adobe 
DIMENSÕES MÍNIMAS DA MARCA

Prever o tamanho mínimo previne que a leitura seja comprometida quando aplicada em pequenos espaços.

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A empresa Walmart prevê tamanhos mínimos para a assinatura visual e o símbolo.

Veja o manual de marca da Walmart 
PALETA DE CORES

Toda marca deve possuir uma paleta de cores institucional. Isso permite manter uniformidade em diferentes tipos de aplicações, sejam no ambiente impresso ou virtual.

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A empresa Kew utiliza cores em policromia (CMYK), cores especiais (Pantone) e cores para ambientes digitais (RGB).

Veja o manual de marca da Kew 
APLICAÇÃO SOBRE FUNDOS DIVERSOS

É importante prever como a assinatura se comportará sobre fundos coloridos. Isso evita problemas de contraste e descaracterização da identidade.

hp_background_color

A HP demonstra sua assinatura sobre fundos coloridos como e fundos fotográficos.

Veja o manual de marca da HP 
ÁREA LIVRE

Toda assinatura, em algum momento, é utilizada em meio a uma massa de informações. A área livre permite que a assinatura tenha sempre um espaço ao redor dela, evitando ruídos de leitura.

dropbox_spacing

A Dropbox especifica espaços livres para a assinatura visual e o símbolo.

Veja o manual de marca da Dropbox 
TIPOGRAFIA INSTITUCIONAL

Possuir uma tipografia institucional permite que a empresa mantenha uniformidade visual nos textos escritos em seus materiais.

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O Skype possui diretrizes bem claras e objetivas sobre a tipografia da empresa.

Veja o manual de marca do Skype 
RESTRIÇÕES

Além de todas as diretrizes citadas acima é essencial que o manual contemple objeções e restrições para utilização da assinatura. Normalmente essa é a página menos atrativa do manual, pois exemplifica distorções, uso incorreto de cor, uso incorreto de tipografia, etc.

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O manual Escoteiros do Brasil demonstra usos incorretos de contorno, cores e tipografia.

Veja o manual de marca dos Escoteiros do Brasil 
 

Ainda há muitas outras situações que podem ser previstas. Como falei, é um assunto bem particular, e depende das exigências e características de cada empresa.

Grande abraço e até o próximo post.

Crédito
Imagem da capa: KMD, por Walter Mattos.

Walter Mattos é um designer brasileiro apaixonado por criação de marcas e identidades visuais. Em seu blog e canal no Youtube compartilha suas experiências através de dicas, reflexões e tutoriais relacionados a design.

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10 comentários

    • Walter Mattos

      Olá Geanderson, tudo bom?

      Muito obrigado pelo seu comentário. Bom, infelizmente (ou felizmente) não existe uma fórmula para isso, e realmente é algo difícil. Meu conselho é que estude bastante, treine bastante, e quando for fazer sua própria marca procure não ser mais exigente ou detalhista do que já é com suas outras criações. É um erro bem comum, e isso acaba atrasando a finalização do projeto.

      Boa sorte e um abraço.

      Responder
  1. Guilherme Campos

    Muio bom, muitas vezes pensei ter um “padrão” para se criar um manual, mas vejo que é algo bem mais “pessoal” em relação a cada empresa.

    Parabéns Walter.

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