No último domingo eu estava escrevendo um artigo completamente diferente deste que você está lendo. Na verdade, meu final de semana foi tão tenso que estava sem criatividade para nada.
Depois de dar um tempo, descansar e realizar outras tarefas, percebi que aquele artigo havia esfriado na minha cabeça. Eu precisava de um novo tema. Me desafiei então a falar sobre criatividade - justamente aquilo que me faltava no momento.
Hoje é terça-feira, 20:38, e vou tentar te dar dicas para se tornar um designer mais criativo.
1 – Desafie a si próprio
Assim como eu me desafiei a buscar um novo tema, você precisa se desafiar durante seus projetos.
Se você terminou um projeto com aquele pensamento de que poderia ter sido melhor, é porque poderia. Se você tiver prazo, arrisque-se. A única coisa que te impede de conseguir é não tentar. Na pior das hipóteses você já tem uma ideia pronta que pode ser refinada aos poucos. O importante é que no final você tenha certeza que deu o seu melhor.
2 – Trabalhe com moderação
Você está sempre sujeito a uma crise de criatividade. Por isso reforço a importância de ter prazo, pois somente assim você terá tempo para se desligar um pouco dos projetos e entrar no modo de encubação. Mesmo “desligado” seu cérebro continua trabalhando para solucionar seu problema.
Muitas vezes a solução aparece quando você está praticando outras atividades, então é bom reservar um tempo para elas – e estar preparado para anotar quando as ideias surgirem.
3 – Estude suas referências
Você gostou muito do projeto que acabou de ver? Sabe quem é o designer que o fez e quais conceitos ele usou neste projeto? Pesquise sobre ele. Veja se ele tem um Blog ou escreveu um livro. Na maioria das vezes este tipo de pesquisa te levará a outras referências.
Ao estudar várias referências você reduz as chances de fazer algo igual ao que já existe. Mas é muito importante você entender que para inovar precisa combinar seus conhecimentos, e não copiar.
Se você fala inglês e ainda não conhece o trabalho do cineasta Kirby Ferguson, vale a pena dar uma conferida no site Everything is a Remix. Ele mostra, através de exemplos bem interessantes, como uma ideia “original” pode ser apenas uma evolução de ideias anteriores.
4 – Leia sobre o que te interessa e se interesse por coisas novas
Criar o hábito de ler é essencial. Leia sobre coisas relacionadas ao que você faz ou não. Já falei isso anteriormente mas vale repetir. As técnicas que desenvolvi para construir minhas marcas, por exemplo, nasceram através de estudos sobre projetos editoriais.
Além de estudos técnicos, um dos livros que mais ampliou minha mente para criar meus métodos se chama "Razão Áurea", do autor Mario Livio. Um livro de matemática.
5 – Aprenda outro idioma
O fato de saber mais de um idioma te permite ampliar os limites dos seus estudos. Além disso, você aprimora seu vocabulário no próprio português.
Muitas vezes esqueço uma palavra em português mas lembro da palavra em inglês. Quase automaticamente lembro da palavra em português por associação.
6 – Estude as ferramentas que usa para trabalhar
Caso você seja um designer que utiliza muito o Adobe Illustrator, por exemplo, estude o programa. Você não precisa ter um certificado de mestre da Adobe, mas não se limite a conhecer apenas o básico. Conseguir executar uma tarefa é ótimo, mas conseguir executar a mesma tarefa de formas diferentes é melhor ainda. Quanto mais conhecimento da ferramenta você tem, mais criativo e rápido você é.
Se interessar visite meu canal no Youtube para ver meus tutoriais.
7 – Use papel e lápis
Mesmo enquanto estou aqui digitando tenho na minha frente um caderno onde escrevo as ideias para este artigo. O fato de escrever ao invés de digitar me permite raciocinar de forma menos linear e mais criativa, digamos. Posso fazer relações entre algo que acabei de escrever com outra coisa escrita anteriormente, e a partir daí criar uma ideia completamente nova.
Faça isso enquanto estiver trabalhando em seu brainstorm, seu mapa mental ou seu rascunho. Utilize o papel e verá como as ideias surgem de forma mais espontânea e natural. Só não vá fazer como eu, que por três vezes apertei “Ctrl+Z” no teclado tentando corrigir um erro feito no papel.
8 – Evite o óbvio
Você precisa fazer uma marca para um salão de beleza. Qual é a melhor solução para um possível símbolo? Uma tesoura, claro... que não! Não que seja um problema utilizar uma tesoura como símbolo, e você pode sim começar partindo desta ideia.
Mas que tal ao invés de focar na tesoura, buscar valores, adjetivos, qualidades e defeitos que partam da palavra “tesoura” e de todas as outras palavras-chave sugeridas no briefing? Pode ser que no final você decida não ter um símbolo, ter um símbolo completamente abstrato ou, quem sabe, ter realmente uma tesoura. O importante é se permitir viajar o mais longe possível antes de definir sua ideia final.
9 – Não execute uma tarefa sem antes refletir
Suponha que o cliente pediu para você criar o layout de um panfleto que será distribuído para senhoras em um asilo. Ele te entrega uma massa enorme de texto e pede para que você reduza ao máximo o tamanho das letras para que o conteúdo caiba. Sabendo que o público é composto por senhoras, você não vai fazer isso, vai? Provavelmente estas senhoras teriam problemas para ler as letrinhas miúdas.
Numa dessas vocês podem chegar juntos à conclusão de que talvez o panfleto não seja a melhor solução para o problema do cliente, ou das senhoras.
10 – Estude sobre o negócio do seu cliente
Não pesquise apenas por referências visuais. Entenda o negócio do seu cliente o máximo puder. Se for criar uma marca para uma padaria, por exemplo, pesquise onde surgiu a primeira padaria, quem inventou o pão e por que o pão se tornou um item presente em praticamente todas as casas do mundo.
Essa é a parte mais legal da nossa profissão. Poder se aprofundar um pouco mais em coisas que provavelmente não daríamos importância. Então aproveite e vá fundo!
BÔNUS
O humor influencia diretamente na minha criatividade. Como você leu no início deste artigo, domingo eu não estava com cabeça para escrever. Me faltava humor, e consequentemente inspiração e vontade.
Por isso, estar de bom humor é primordial. Sempre tento aproveitar minha qualidade de “palhaço” a favor dos meus projetos. Quando estou definindo um conceito, por exemplo, crio rimas engraçadas (ou não) com as palavras que estou escrevendo. Às vezes um raciocínio inicialmente bobo, despretensioso, te leva a solução perfeita.
O humorista Murilo Gun explora muito bem este tema, juntamente com outros citados anteriormente. Se você não acompanha o canal dele, vale a pena ver estes dois vídeos:
Sete dicas para melhorar a criatividade – Murilo Gun
3 usos práticos para o humor – Murilo Gun
Hoje é quarta-feira, 21:54, e depois de muitas pausas, outras tarefas e momentos de descontração, estas são as dicas que deixo para você se tornar um designer mais criativo. Elas não possuem nenhuma base científica, mas representam fielmente meu dia-a-dia como profissional.
Quer contribuir com suas próprias experiências? Manda ver aí nos comentários.
Um abraço.
--
Créditos
Imagem por Wikipedia--
Grande abraço.
Um abraço!
Abraço!