Logotipo, logomarca, assinatura visual...
Que tal “marquinha”?
Não estou tentando encorajá-lo a deseducar seu cliente, fique tranquilo. Acontece que muitas vezes o cliente chega até nós sem a mínima ideia do que ele quer. Ou melhor, ideia ele tem, mas não sabe como pedir.
A profissão “design” é tão complexa que posso apostar quase todas as minhas fichas que sua mãe, se não for designer, não entende o que você faz. Na verdade pode ser seu pai, melhor amigo, irmão gêmeo, não importa. Se essa pessoa não for designer, dificilmente entende o que você faz, por mais próxima que ela seja de você. Agora imagine um cliente – que aliás, se fosse designer, não te contrataria.
Recentemente tive que explicar para um cliente o que é identidade visual. Seria uma tarefa árdua se eu tivesse usado as referências erradas, ou tentado falar “bonito”. A referência que sempre uso é: “Imagine um outdoor com a imagem de uma garrafa toda branca, com uma ondinha branca atravessando o outdoor sobre um fundo vermelho. Que marca lhe vem em mente?”.
Se a resposta for “Coca-Cola” você já garantiu 70% da sua explicação. A partir daí você pode começar a ser mais técnico, instruindo seu cliente sem perder a clareza. Caso ele não saiba a resposta, não tem problema, pois a partir do momento que você disser “Coca-Cola” ele fará a associação e entenderá o que você quis dizer.
Outro caso que aconteceu comigo foi ser contratado para desenvolver um “mascote” para uma empresa. Depois de cinco minutos de briefing percebi que na verdade “mascote”, na cabeça do cliente, era o “símbolo” da empresa. E sério, não tinha nada a ver com mascote. Não era um animal, bichinho fofinho, sequer era uma ilustração. Obviamente expliquei que a nomenclatura correta era “símbolo” e toquei o barco chamando de mascote mesmo. Na cabeça do cliente aquela era a forma mais fácil de entender, então por que eu complicaria?
Dias depois enviei minha proposta com o nome correto, mas aquela situação foi tão engraçada que até hoje, quando conversamos sobre o projeto – que foi realizado e muito apreciado, chamamos o símbolo de “mascote”.
É isso que quero dizer com “marquinha”. Seu cliente não tem a obrigação de saber que o certo é “logotipo”, “assinatura visual”, enfim. Você sim tem o dever de explicar para ele. Não faça deboches se ele disser que precisa de uma “logomarca” ou uma “marquinha”. Utilize isso a seu favor, instrua e surpreenda com um grande projeto. Contanto que ele entenda o valor do seu trabalho, que importância tem a nomenclatura?
Espero que tenha gostado desta dica rápida. Para acompanhar outras dicas como esta procure pela hashtag #dicadodesigner nas suas redes sociais.
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Um abraço e até a próxima.
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Sucesso Walter.
Que bom que tem ouvido os podcasts. :)
Um abraço.